Externalização: A Academia Responde as Dúvidas da Sociedade?
DOI:
https://doi.org/10.17524/repec.v12i4.1598Palavras-chave:
externalização, outsourcing, estudo bibliográficoResumo
Objetivo: Embasado no cenário brasileiro que debate os potenciais impactos da externalização das atividades organizacionais, diante da iminente decisão política, o objetivo deste estudo é abordar as atuais discussões sobre externalização, por meio dos resultados de estudos empíricos acadêmicos.
Método: Para isso, foram levantados e analisados os artigos publicados em revistas brasileiras de administração e ciências contábeis no período de 2011 a junho de 2015. Os 44 artigos analisados foram coletados das revistas com Qualis A1, A2 e B1, pelas palavras: externalização e terceirização. Após, estabelecidos os assuntos mais frequentes nas discussões sobre o tema no Brasil, tomando por base abordagens da mídia, realizou-se uma análise sob a ótica da Teoria dos Stakeholders.
Resultados: Mostram que há uma produção acadêmica bastante significativa referente aos assuntos abordados e que as evidências reforçam mais o ponto de vista contrário à externalização do que os defensores da prática.
Contribuições: O estudo contribui para a discussão sobre o tema diante da emergência do assunto para a sociedade brasileira, consolidando diversas evidências empíricas que contrapõem a decisão política atual, e permite que grupos da sociedade possam fundamentar suas discussões e decisões.
Referências
Alexander, M. & Young, D. (1996). Outsourcing: where’s the value? Long Range Planning, 29(5), pp. 728-730. https://doi.org/10.1016/0024-6301(96)00069-6
Almeida, F. S. e S. de, Morrone, L. C., & Ribeiro, K. B. (2014). Tendências na incidência e mortalidade por acidentes de trabalho no Brasil, 1998 a 2008. Cadernos de Saúde Pública, 30(9), pp. 1957-1964. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00009213
Antelava, N. (2015). Made in America: are outsourced jobs really coming back? Recuperado em 15 fevereiro, 2015, de http://www.bbc.com/news/world-us-canada-31447904
Assunção, A. A., & Camara, G. R. (2011). A precarização do trabalho e a produção de acidentes na colheita de árvores. Caderno CRH, 24(62), pp. 385-396. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-49792011000200010
Baron J. N. & Kreps D. M. (1999). Strategic human resources: frameworks for general managers. New York: Wiley.
Barrucho, L. G. (2015). Câmara vota projeto que regulamenta terceirização. Recuperado em 21 junho, 2015, de http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/04/150402_projeto_lei_
terceirizacao_ms_lgb
Belcourt, M. (2006). Outsourcing - the benefits and the risks. Human resource management review, 16(2), pp. 269-279. https://doi.org/10.1016/j.hrmr.2006.03.011
Besanko, D., Dravone. D., Shanley M. & Schaefer, S. (2007). A economia da estratégia. Porto Alegre: Bookman Companhia Editora.
Bielski, L. (2006). Outsourcing success: it's all in the governance: making deals work daily takes a long-term view. ABA Banking Journal, 98, pp. 38-42.
Bower, D. J. & Keogh, W. (1997). Conflict and cooperation in technology based alliances. International Journal of Innovation Management, 1(4), pp. 387-409. https://doi.org/10.1142/S136391969700019X
Calderón, A. I., & Lourenço, H. da S. (2011). Ensino superior privado: expansão das cooperativas de mão de obra docente. Cadernos de Pesquisa, 41(143), pp. 642-659. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-15742011000200015
Carnevalli, J. A., Miguel, P. A. C., & Salerno, M. S. (2013). Aplicação da modularidade na indústria automobilística: análise a partir de um levantamento tipo survey. Production, 23(2), pp. 329-344. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65132012005000040
Cavallini, M. (2015). Entenda o projeto de lei da terceirização aprovado na Câmara. Recuperado em 21 junho, 2015, de http://g1.globo.com/concursos-e-emprego/noticia/2015/04/entenda-o-projeto-de-lei-da-terceirizacao-que-sera-votado.html
Cervo, A. L & Bervian, P. A. (2002). Metodologia científica (5a ed.). São Paulo: Prentice Hall.
Donaldson, T. & Preston, L. (1995). The stakeholder theory of the corporation: concepts, evidence and implications. Academy of Management Review, 20(1), pp. 65-91. https://doi.org/10.2307/258887
Earl, M. (1996). The risks of outsourcing IT. MIT Sloan Management Review, pp. 26-32. Recuperado em 23 junho, 2015, de http://sloanreview.mit.edu/article/the-risks-of-outsourcing-it/
Freeman, R, & McVea, J. (2000). A stakeholder approach to strategic management. In: Hitt, M.; Freeman, R. & Harrison, J. Handbook of Strategic Management. Oxford: Blackwell Publishing, pp. 189-207.
Freytag, P. V., Clarke H. A. & Evald, M. R. (2012). Reconsidering outsourcing solutions. European Management Journal, 30(2), pp. 99-110.
Furtado, R. A., Carrieri, A. de P., & Bretas, P. F. F. (2014). Humor na internet: trabalhadores utilizam nova estratégia para protestar contra demissões e terceirizações. Revista de Administração, 49(1), p. 33-44. http://dx.doi.org/10.5700/rausp1129
Gilley, K. M., Greer, C. R. & Rasheed, A. A. (2004). Human resource outsourcing and organizational performance in manufacturing firms. Journal of Business Research, 57(3), pp. 232-240. https://doi.org/10.1016/S0148-2963(02)00304-1
Guimarães, C. M., & Carvalho, J. C. de. (2012). Terceirização em cuidados continuados–uma abordagem de gestão de risco. Ciência & Saúde Coletiva. 17(5), p. 1179-1190. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232012000500012
Hamel, G. (1991). Competition for competence and interpartner learning within international strategic alliances. Strategic Management Journal, 12, pp. 83-103.
Hirata, H. (2011). Tendências recentes da precarização social e do trabalho: Brasil, França, Japão. Caderno CRH, 24(1), pp. 15-22. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-49792011000400002
Hoecht, A. & Trott, P. (2006). Innovation risks of strategic outsourcing. Technovation, 26(5-6), pp. 672-681. https://doi.org/10.1016/j.technovation.2005.02.004
Jennings, D. (1997). Strategic guidelines for outsourcing decisions. Journal of Strategic Change, 6, pp. 85-96. https://doi.org/10.1002/(SICI)1099-1697(199703)6:2%3C85::AID-JSC260%3E3.0.CO;2-U
Kakabadse, A. & Kakabadse, N. (2002). Trends in outsourcing: contrasting USA and Europe. European Management Journal, 20(2), pp. 189-198. https://doi.org/10.1016/S0263-2373(02)00029-4
Lacity, M. & Hirschheim, R. (1993a). The information systems outsourcing bandwagon. Sloan Management Review, pp. 73-86.
______. (1993b). Information systems outsourcing. Wiley: New York.
Lacorte, L. E. C., Vilela, R. A. G., Silva, R. de C., Chiesa, A. M., Tulio, E. S., Franco, R. R., & Bravo, E. S. (2013). Os nós da rede para erradicação do trabalho infanto-juvenil na produção de joias e bijuterias em Limeira – SP. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 38(128), pp. 199-215. http://dx.doi.org/10.1590/S0303-76572013000200009
Lei 13.429, de 31 de março de 2017 (2017). Altera dispositivos da Lei no 6.019, de 3 de janeiro de 1974, que dispõe sobre o trabalho temporário nas empresas urbanas e dá outras providências; e dispõe sobre as relações de trabalho na empresa de prestação de serviços a terceiros. Diário Oficial da União. Brasília, DF: Presidência da República.
Li, G., Huang, F. F., Cheng, T. C. E., Zheng, Q.; & Ji, P. (2014). Make-or-buy service capacity decision in a supply chain providing after-sales service. European Journal of Operational Research, 239(2), pp. 377-388. https://doi.org/10.1016/j.ejor.2014.05.035
Magalhães, Y. T., Carvalho Neto, A., & Saraiva, L. A. S. (2011). Práticas gerenciais relacionadas à qualificação de trabalhadores terceirizados: um estudo de caso no setor de mineiração. Organizações & Sociedade. 18(57), pp. 227-244.
Martins, R. S., & Xavier, W. S. (2011). Atributos do serviço de transporte no relacionamento indústria-varejo. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 13(39), pp. 193-204.
Marsiglia, R. M. G. (2011). Perfil dos trabalhadores da atenção básica em saúde no município de São Paulo: região norte e central da cidade. Saúde e Sociedade, 20(4), pp. 900-911. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902011000400008
Oliveira Neto, C. de, Contador, J. C., Shibao, F. Y., & Vendrametto, O. F. (2013). Método para hierarquizar os critérios e indicadores de desempenho para contratação de operador logístico: estudo de caso no ramo metalúrgico. Exacta, 11(3), pp. 259-283. http://dx.doi.org/10.5585/ExactaEP.v11n3.4266
Osterne, M. do S. F., & Miranda, F. da S. (2014). Análise dos modelos de gestão adotados no Instituto Presídio Professor Olavo Oliveira II (IPPOO-II) na gestão compartilhada e pelo estado do Ceará. Revista Meta: Avaliação, 6(16), pp. 1-28.
Padilha, V. (2014). Nojo, humilhação e controle na limpeza de shopping centers no Brasil e no Canadá. Caderno CRH, 27(71), pp. 329-346. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-49792014000200008
Pessanha, E. G. da F., & Artur, K. (2013). Direitos trabalhistas e organização dos trabalhadores num contexto de mudanças no mundo do trabalho: efeitos sobre os trabalhadores da saúde. Revista Ciência & Saúde Coletiva, 18(6), pp. 1569-1580. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232013000600009
Prado, E. P. V., & Cristofoli, F. (2012). Resultados da terceirização da tecnologia da informação em organizações brasileiras. Gestão & Regionalidade, 28(84), pp. 77-88.
Projeto de Lei 4.330, de 20 de outubro de 2004 (2004). Dispõe sobre os contratos de terceirização e as relações de trabalho deles decorrentes. Recuperado em 01 maio, 2015, de http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=267841
Quelin, B. & Duhamel F. (2003). Bringing together strategic outsourcing and corporate strategy: outsourcing motives and risks. European Management Journal, 2(5), pp. 647-661. https://doi.org/10.1016/S0263-2373(0)00113-0
Quinn, J. & Hilmer, F. (1994). Strategic outsourcing. Sloan Management Review. Summer, pp. 43-55.
Reich, R. (2015). How the New Flexible Economy is Making Workers’ Lives Hell. Recuperado em 21 junho, 2015, de http://robertreich.org/post/116924386855
Santos, M. A. B. dos, Moraes, R. M. de, & Passos, S. R. L. (2012). Indicadores de desempenho e decisão sobre terceirização em rede pública de laboratórios. Revista de Saúde Pública, 46(3), pp. 456-465. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102012005000028
Schneider, L. C., Diehl C. A. & Hansen, P. B. (2011). Análise da cadeia de valor em duas empresas do setor calçadista. Revista Gestão Industrial. 7(3), pp. 179-198. https://doir.org/10.3895/S1808-04482011000300011
Shahani, R. (2007). Good outsourcing requires good governance. Supply Chain Management Review. 11, pp. 15-16.
Skaf, P. & Freitas, V. (2015). O Projeto que amplia a terceirização traz benefícios? Recuperado em 21 junho, 2015, de http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,o-projeto-que-amplia-a-terceirizacao-traz-beneficios-imp-,1670701
Souza, M. C., Bacic, J. M. & Rabelo, F. M. (1995). Flexibilidade, exploração de inter-relações e aprendizado organizacional: referências para a gestão estratégica de custos. Anais do II Congresso Brasileiro de Custos, Campinas, SP, Brasil.
Terceirizado (2015). Terceirizado ‘trabalha 3 horas a mais, ganha 25% a menos e fica 3,1 anos a menos no emprego’. Recuperado em 23 junho, 2015, de http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/terceirizado-trabalha-3-horas-a-mais-ganha-25-a-menos-e-fica-31-anos-a-menos-no-emprego/
Vanalle, R. M. (2011). Relacionamento cliente-fornecedor: evidências de estudos sobre a indústria automobilística. Exacta, 9(1), pp. 13-28.
Veltri, N. F., Saunders, C. S. & Kavan, C. B. (2008). Information systems backsourcing: Correcting problems and responding to opportunities. California Management Review, 51(1), pp. 50-76. https://doi.org/10.2307%2F41166468
Whitten, D. & Leidner, D. (2006). Bringing IT back: an analysis of the decision to backsource or switch vendors. Decision Sciences. 37(4), pp. 605-621. https://doi.org/10.1111/j.1540-5414.2006.00140.x
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 3.0 Unported License, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem ou criem obras derivadas, mesmo que para uso com fins comerciais, contanto que seja dado crédito pela criação original.
b) Não cabe aos autores compensação financeira a qualquer título, por artigos ou resenhas publicados na REPeC.
c) Os artigos e resenhas publicados na REPeC são de responsabilidade exclusiva dos autores.
d) Após sua aprovação, os autores serão identificados em cada artigo, devendo informar à REPeC sua instituição de ensino/pesquisa de vínculo e seu endereço completo.