Sustentabilidade Empresarial e Governança Corporativa: Uma Análise da Relação do ISE da BM&FBOVESPA com a Compensação dos Gestores de Empresas Brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.17524/repec.v11i2.1418Palavras-chave:
Sustentabilidade Empresarial, Governança Corporativa, Compensação dos Gestores, Teoria dos StakeholdersResumo
O objetivo deste artigo foi identificar a influência da sustentabilidade empresarial na compensação dos gestores das empresas brasileiras não financeiras da BM&FBOVESPA de 2009 a 2013. Entende-se que o estudo da compensação dos gestores e da sustentabilidade empresarial proporciona reflexões sobre os problemas decorrentes da Teoria de Agência, bem como permite visualizar a teoria dos Stakeholders e a busca pelo valor em longo prazo. Para o desenvolvimento deste trabalho, espera-se que as empresas que estão listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBOVESPA concedam melhores remunerações a seus administradores. Dessa forma, foi utilizado o método de regressão com dados em painel, com estimação por efeitos fixos, com a finalidade de testar a relação existente entre as variáveis propostas. Como resultados principais, notou-se relação positiva e estatisticamente significativa da remuneração total dos gestores com o ISE, com a variável de qualidade da governança corporativa (empresas listadas no Novo Mercado) e com o valor de mercado (market-to-book). Ademais, observou-se uma relação negativa da remuneração total dos administradores com a volatilidade dos retornos. Desse modo, pode-se inferir que as empresas mais sustentáveis tendem a conceder maiores remunerações a seus gestores, o que corrobora a hipótese central da pesquisa e os pressupostos da teoria dos Stakeholders.Referências
Alves, D. L. (2008). Sustentabilidade: estado da arte e um estudo de evento sobre o índice de sustentabilidade empresarial, Dissertação de Mestrado em Administração, Faculdade de Gestão e Negócios, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil, 143f.
Andrade, M. M. (2001). Como preparar trabalhos para cursos de pós-graduação: noções práticas. 4ª ed. São Paulo: Atlas.
Balafas, N., & Florackis, C. (2013). CEO compensation and future shareholder returns: Evidence from the London Stock Exchange. Journal of Empirical Finance, 27 (1), pp. 97–115. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.jempfin.2013.10.011
Barontini, R., & Bozzi, S. (2008). Executive compensation and ownership structure : Empirical evidence for Italian listed companies. Recuperado em 7 de março, 2014, em: http://www.efmaefm.org/EFMAMeetings/Efma Annual Meetings/2008-athens/Bozzi.pdf.
Beato, R. S., Souza, M. T. S., & Parisotto, I. R. S. (2009). Rentabilidade dos índices de sustentabilidade empresarial em bolsas de valores: um estudo sobre o ISE/Bovespa. Revista de Administração e Inovação - RAI, 6(3), pp. 108-127. DOI: http://dx.doi.org/10.5585/rai.v6i3.472
Beuren, I. M., Beck, F., & Silva, J. O. (2012). Remuneração variável dos empregados versus aspectos organizacionais das maiores sociedades anônimas do Brasil. Revista Economia & Gestão da PUC Minas, 12(29), pp. 1-15. DOI: http://dx.doi.org/10.5752/P.1984-6606.2012V12N29P51
BM&FBovespa. (2014). Livro do ISE. Recuperado em 7 de março, 2014, em: http://www.isebvmf.com.br.
BM&FBovespa. (2014). Níveis Diferenciados de Governança Corporativa. Recuperado em 7 de março, 2014, em: http://www.bmfbovespa.com.br.
Breusch, T., & Pagan, A. (1980). The Lagrange Multiplier Test and its Applications to Model Specification in Econometrics. The Review of Economic Studies, 47(1), pp. 239-253.
Camargos, M. & Helal, D. (2007). Remuneração executiva, desempenho econômico-financeiro e a estrutura de Governança Corporativa de empresas brasileiras. In: Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ENANPAD), 31, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Carvalhal da Silva, A. L., & Chien, A. C. Y. (2013). Remuneração Executiva, Valor e Desempenho das Empresas Brasileiras Listadas. Revista Brasileira de Finanças (Online), 11(4), pp. 481-502.
Carvalhal, A., & Tavares, E. (2013). Does social responsability enhance firm value and return in Brazil? Corporate Ownership & Control, 10(2), pp. 253–258.
Cavalcanti, J., & Boente, D. (2012). A Relação de Risco e Retorno nas Empresas Integrantes do Índice de Sustentabilidade Empresarial no Período de 2008 a 2010. Revista Ambiente Contábil, 4(1), pp. 51–71.
Comissão de Valores Mobiliários. (2014). Legislação e Regulamentação CVM. Recuperado em 7 de março, 2014 de http://www.cvm.gov.br/.
Conyon, M., & He, L. (2011). Executive compensation and corporate governance in China. Journal of Corporate Finance. Recuperado em 7 de março, 2014 de: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0929119911000472.
Correia, L. F. (2008). Um Índice de Governança para Empresas no Brasil. 274 f. Tese, Doutorado em Administração, Centro de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal de Minas Gerais (CEPEAD-FACE-UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.
Correia, L. F., Amaral, F. H., & Louvet, P. (2014). Remuneração, Composição do Conselho de Administração e Estrutura de Propriedade: Evidências Empíricas do Mercado Acionário Brasileiro. Advances in Scientific and Applied Accounting, 7(1), pp. 2-37.
Dalmacio, F. Z., Rezende, A. J., & Slomski, V. (2009). Análise setorial das medidas de performance utilizadas nos contratos de remuneração dos gestores. Revista Universo Contábil, 5(3).
Elkington, J. (2001). Canibais com garfo e faca. Makron Books.
Espejo, R. A. (2008). Análise do Risco das Ações Negociadas na BM&FBovespa na Crise de 2008 segundo o ISE e os NDGC. 110 f. Dissertação de Mestrado em Contabilidade, Programa de Pós-Graduação em Contabilidade, Setor Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil.
Farias, K. T. R. (2012). Mecanismos de controle do reporting financeiro das companhias abertas do Brasil. 192 f. Tese, Doutorado em Ciências Contábeis, Departamento de Contabilidade e Atuária da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
Fávero, L. P., Belfiore, P., Silva, F. L., & Chan, B. L. (2009). Análise de dados: modelagem multivariada para tomada de decisões. Rio de Janeiro: Elsevier.
Freeman, R. E., & McVea, J. (2001). A Stakeholder Approach to Strategic Management. Recuperado em 7 de março, 2014 de http://ssrn.com/abstract=263511.
Funchal, J. A., & Terra, P. R. S. (2006). Remuneração de Executivos, Desempenho Econômico e Governança Corporativa: um Estudo Empírico em Empresas Latino-Americanas. Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ENANPAD), 30, Salvador, BA, Brasil.
Garcia, A. S. & Orsato, R. J. (2013). Índices de sustentabilidade empresarial: porque participar? Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ENANPAD), 37, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Gil, A. C. (1991). Como elaborar projetos de pesquisas. São Paulo, Atlas.
Greene, W. H. (2002). Econometric Analysis. New Jersey: Pearson Education, Prentice Hall.
Gujarati, D. N., & Porter, D. C. (2011). Econometria Básica. 5ª ed. Porto Alegre: AMGH.
Heij, C., Boer, P., Franses, P. H., Kloek, T., & Van Dijk, H. K. (2004). Econometric Methods with Applications in Business and Economics. New York: Oxford University Press.
Henderson, H. (2007). Mercado Ético: A Força do Novo Paradigma Empresarial. São Paulo, Cultrix.
Holanda, A., & Mapurunga, P. (2012). Disclosure social e reputação corporativa: um estudo das empresas listadas no índice de sustentabilidade empresarial da BM&FBOVESPA. Revista Uniabeu, 5(11), pp. 91–107.
Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. (2009). Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa. 4. ed., São Paulo: IBGC.
Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE. (2010). Relatórios gerais. Recuperado em 07 de março de 2014 de: http://www.isebvmf.com.br/.
Jensen, M. C., & Meckling, W. (1976). Theory of the firm: managerial behavior, agency costs and capital structure. Journal of Financial Economics. 3(4), pp. 305-360. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/0304-405X(76)90026-X
Jensen, M. (2001). Value Maximization, Stakeholder Theory, and the Corporate Objective Function. Journal of Applied Corporate Finance. 14(3), pp. 8-21.
Jensen, M., & Murphy, K. (1990). Performance pay and top-management incentives. Journal of Political Economy, 98(2), pp. 225–264.
Kaplan, S. (2012). Executive compensation and corporate governance in the US: perceptions, facts and challenges. National Bureau of Economic Research. Recuperado em 7 de março, 2014 de: http://ssrn.com/abstract=2134208.
Kaplan, S., & Rauh, J. (2009). Wall Street and Main Street: What contributes to the rise in the highest incomes? NBER Working Paper. Recuperado em 7 de março, 2014 de: http://www.nber.org/papers/w13270. DOI: http://dx.doi.org/10.3386/w13270
Kennedy, P. (2009). Manual de Econometria. Rio de Janeiro: Campus Elsevier.
Krauter, E. (2013). Remuneração de Executivos e Desempenho Financeiro: Um Estudo com Empresas Brasileiras. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, 7(3), pp. 259-273. DOI: http://dx.doi.org/10.17524/repec.v7i3.988
Krechovská, M., & Procházková, P. T. (2014). Sustainability and its Integration into Corporate Governance Focusing on Corporate Performance Management and Reporting. Procedia Engineering, 69(1), pp. 1144–1151. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.proeng.2014.03.103
Lameira, V. J., Ness Jr., W, L., Quelhas, O, L, G., & Pereira, R, G. (2013). Sustainability, Value, Performance and Risk in the Brazilian Capital Markets. Revista Brasileira de Gestão e Negócios, 15(46), pp. 76-90. DOI: http://dx.doi.org/10.7819/rbgn.v15i46.1302
Machado, M. R., Machado, M. A. V., & Corrar, L. J. (2009). Desempenho do índice de sustentabilidade empresarial (ISE) da Bolsa de Valores de São Paulo. Revista Universo Contábil, 5(2), pp. 24-38.
Martins, G. A., & Theóphilo, C. R. (2009). Metodologia da investigação científica para ciências sociais aplicadas. 2ª ed. São Paulo: Atlas.
Mason, C., & Simmons, J. (2014). Embedding Corporate Social Responsibility in Corporate Governance: A Stakeholder Systems Approach. Journal of Business Ethics, 119(1), pp. 77–86. DOI: http://dx.doi.org/10.1007/s10551-012-1615-9
Milani Filho, M. (2008). Responsabilidade social e investimento social privado: entre o discurso e a evidenciação. Revista de Contabilidade & Finanças, 19(47), pp. 89-101.
Murphy, K. J. (1998). Executive Compensation. Recuperado em 7 de março, 2014 de: http://ssrn.com/abstract=163914.
Nagar, A. L. & Basu, S. R. (2002). Weighting socio-economic indicators of human development: a latente variable approach. In: ULLAH et al. (org.). Handbook of applied econometrics and statistical inference. New York: Marcel Dekker.
Nunes, J. G., Teixeira, A. J. C., Nossa, V., & Galdi, F. C. (2010). Análise das variáveis que influenciam a adesão de empresas ao índice BM&FBovespa de sustentabilidade empresarial. Revista de Administração e Contabilidade da Unisinos, 7(4), pp. 15-30.
Organization for Economic Co-Operation and Devolopment. (2004). OECD Principles of Corporate Governance. Paris: OECD.
Peixoto, F. M. (2012). Governança corporativa, desempenho, valor e risco: estudo das mudanças em momentos de crise. 216 f. Tese de Doutorado em Administração, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.
Perobelli, F., Lopes, B. de S., & Silveira, A. D. M. (2012). Planos de opções de compra de ações e o valor das companhias brasileiras. Revista Brasileira de Finanças, 10(1), pp. 105–147.
Pinto, M. B., & Leal, R. P. C. (2013). Ownership Concentration, Top Management and Board Compensation. RAC – Revista de Administração Contemporânea, 17(3), pp. 304-324. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1415-65552013000300004
Ricart, J. E., Rodriguez, M. A., & Sanchez, P. (2005). Sustainability in the boardroom: An Empirical examination of Dow Jones Sustainability World Index leaders. Corporate Governance. 5(3), pp.24-41.
Rossi Jr., J, L. (2009). What is the Value of Corporate Social Responsibility? An Answer from the Brazilian Sustainability Index. Recuperado em 7 de março, 2014 de http://ssrn.com/abstract=1338114.
Sampaio, M. N. L. (2009). Governança Corporativa e Remuneração de Executivos no Brasil. 33 f. Dissertação de Mestrado em Administração, Instituto COPPEAD de Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Santos, A. R. (2002). Metodologia científica: a construção do conhecimento. 4ª ed. Rio de Janeiro: DP&AB.
Silva, P. C. C. (2010). Transparência de Remuneração de Executivos e Governança Corporativa no Brasil. 32 f. Dissertação de Mestrado em Finanças e Economia Empresarial, Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Silveira, A. D. M. (2004). Governança Corporativa e Estrutura de Propriedade: determinantes e relação com o desempenho das empresas no Brasil. 250 f. Tese de Doutorado em Administração, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, FEA-USP, São Paulo, SP, Brasil.
Silveira, A. D. M., Yoshinaga, C. E., & Borba, P. R. F. (2005). Crítica à teoria dos stakeholders como função-objetivo corporativa. Caderno de Pesquisas em Administração. 12(1), pp. 33-42.
Sonza, I. B. (2012). Eficiência em estruturas de propriedade concentradas e compensação de executivos: novas evidências para o Brasil. 326f. Tese de Doutorado em Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Administração, Rio Grande do Sul, RS, Brasil.
Sprague, R. (2010). Beyond shareholder value: Normative standards for sustainable corporate governance. Wm. & Mary Bus. L. Rev., 1(1), pp. 47–82.
Suherman H., Rahmawati, W., & Buchdadi, A. D. (2011). Firm Performance, Corporate Governance, and Executive Compensation in Financial Firms: Evidence from Indonesia. 1(1), pp. 1–10.
Teixeira, E. A., Nossa, V., & Funchal, B. (2011). O índice de sustentabilidade empresarial (ISE) e os impactos no endividamento e na percepção do risco. Revista Contabilidade e Finanças (USP), 22(55), pp. 29-44. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1519-70772011000100003
Victor, F., & Terra, P. (2009). Determinantes do nível de evidenciação da remuneração por meio de opções de ações no Brasil. Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, 33. São Paulo, SP, Brasil.
Vital, J. T., Cavalcanti, M. M., Dallo, S., Moritz, G. O., & Costa, A. M. (2009). A influência da participação no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) no Desempenho Financeiro das empresas. Revista de Ciências da Administração, 11(24), pp. 11-40. DOI: http://dx.doi.org/10.5007/2175-8077.2009v11n24p11
Wong, S. C. Y. (2009). Uses and Limits of Conventional Corporate Governance Instruments: Analysis and Guidance for Reform (Integrated version). Private Sector Opinion, Global Corporate Governance Forum. Recuperado em 7 de março, 2014 de: http://ssrn.com/abstract=1409370.
Wooldridge, J. M. (2002). Econometric Analysis of Cross Section and Panel Data. London: MIT Press.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 3.0 Unported License, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem ou criem obras derivadas, mesmo que para uso com fins comerciais, contanto que seja dado crédito pela criação original.
b) Não cabe aos autores compensação financeira a qualquer título, por artigos ou resenhas publicados na REPeC.
c) Os artigos e resenhas publicados na REPeC são de responsabilidade exclusiva dos autores.
d) Após sua aprovação, os autores serão identificados em cada artigo, devendo informar à REPeC sua instituição de ensino/pesquisa de vínculo e seu endereço completo.