A Taxa de Administração Sinaliza o Desempenho dos Fundos de Investimento em Ações no Brasil?
DOI:
https://doi.org/10.17524/repec.v12i3.1717Palavras-chave:
Fundos de investimento, taxa de administração, desempenho.Resumo
Objetivo: Analisar qual a relação entre a taxa de administração e o desempenho ajustado ao risco antes das taxas dos fundos de investimento em ações ativos classificados como Ibovespa e investigar se a diferença nas taxas refletem diferenças no valor que os fundos criam para o investidor. Método: Para tanto, empregou-se uma regressão em painel utilizando-se um modelo pooled, tendo o desempenho ajustado ao risco dos fundos como variável dependente e a taxa de administração como variável explicativa. Posteriormente, incluíram-se outras variáveis de controle na regressão. O desempenho dos fundos foi medido utilizando-se os modelos de Carhart (1997) e Fama e French (1993, 2015). Resultados: Os resultados apontaram uma relação negativa entre taxa de administração e o desempenho. Isto indica que os fundos na amostra que cobram altas taxas são os que em geral geram pior desempenho para o investidor. Assim, as diferenças nas taxas também refletem diferenças no valor que os fundos criam para o investidor. Ademais, o patrimônio líquido do fundo possui uma relação positiva com o seu desempenho, enquanto a idade possui uma relação negativa e o selo Anbima não apresentou significância estatística. Contribuições: Essa pesquisa estende os resultados da literatura da seguinte forma: mostra que existe uma relação negativa entre taxa de administração e o desempenho, mesmo quando se controla para variáveis, como tamanho, idade e qualidade em termos de governança corporativa. Além disso, essa relação existe independente do modelo utilizado para a mensuração do desempenho do fundo; além disso, apresenta também evidências mais atuais e para um mercado emergente. Adicionalmente, traz evidencias de que não existem relações entre as melhores práticas de governança corporativa e o alcance de um bom desempenho.Referências
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