Práticas da Contabilidade Gerencial, Qualidade e Desempenho no Contexto de um Monopólio Natural
DOI:
https://doi.org/10.17524/repec.v14i2.2461Palavras-chave:
Contabilidade gerencial. Artefatos modernos. Empresas de energia elétrica.Resumo
Objetivo: Este artigo tem como objetivo analisar a relação entre o uso de artefatos da contabilidade gerencial e porte, desempenho e qualidade dos serviços prestados por empresas brasileiras concessionárias de distribuição de energia elétrica, setor configurado como monopólio natural, marcado por um grande número de regulações e restrito a um número limitado de estratégias orientadas ao desempenho.
Método: A pesquisa envolveu 22 concessionárias de um universo de 63; utilizou-se para a análise das relações os testes não-paramétricos Qui-quadrado, Kruskal-Wallis, U de Mann-Whitney e τ de Kendall.
Resultados: Resultados evidenciam maior frequência da utilização dos artefatos tradicionais e sugerem uma relação entre a utilização dos artefatos e o porte da empresa. Porém, não se verificou uma relação entre a utilização desses artefatos e o desempenho nas organizações investigadas (diferenciando-se de outras pesquisas), nem com a qualidade dos serviços. Pode-se concluir que, nesse contexto de monopólio natural, informações obtidas por meio de artefatos não se prestam ao aperfeiçoamento das operações, apesar das iniciativas de um pequeno número de organizações.
Contribuições: Diversos estudos têm investigado a relação entre práticas da contabilidade gerencial (artefatos) e o desempenho organizacional em diferentes contextos, porém, pouco se sabe acerca dessa relação no contexto de setores altamente regulados.
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